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Missa de Ramos 2020
Homilia do Domingo de Ramos
Crédito da foto - Pe Kleber

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

Os frutos do itinerário quaresmal
O caminho quaresmal vai chegando aos seus últimos dias. Ao longo de cinco semanas desejamos preparar nossa vida pela oração, penitência e caridade. São esses os primeiros frutos que devemos apresentar hoje, no altar do sacrifício. Temos frutos?

A entrada de Jesus em Jerusalém
Queremos com toda a Igreja celebrar a Páscoa do Senhor, por isso, entramos com Ele para seguir os seus passos associados pela graça à sua cruz e participarmos da sua ressurreição e vida.

Ir para celebrar a Páscoa
São três festas da Páscoa que Jesus celebra em sua vida pública: “a primeira Páscoa, quando se deu a purificação do templo (João 2,13-25), depois a Páscoa da multiplicação dos pães (João 6,4) e por último, a Páscoa da morte e ressurreição (João 12,1;13,1).” Esta última, tornou-se a SUA.
Jesus teve algumas razões para subir a Jerusalém: 1) a obediência (fazer a vontade do Pai); 2) Oferta de si mesmo na cruz; 3) Para manifestar um amor sem fim.

Primeira Leitura: Isaías 50,4-7
Trecho do chamado “cântico do servo sofredor.” São provocações da Palavra à nós, os seguintes elementos: 1) Convidados a associar nossa vida à condição profética (adquirida já desde o batismo); 2) disposição à fecundidade do Espírito (ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido); 3) acolher o sofrimento como via de purificação; 4) não deixar abater o ânimo (basta vermos as manifestações de fé do nosso povo, diante desta Pandemia).

Segunda leitura: Filipenses 2,6-11
Convidados a pensar no Esvaziamento. Cristo vive sua “Kenônis”, isto é, seu esvaziamento para o preenchimento da humanidade. 
Ocasião para pensarmos do que nós estamos cheios ou vazios? Se cheios, do que precisamos nos esvaziar e se vazios do que precisamos nos preencher. 
A mudança não virá do outro, mas de cada um. Você acredita na mudança da sociedade, da família, da igreja depois de toda esta Pandemia? 
A Palavra de Deus é um convite para que na humildade reconhecermos que ainda muita coisa precisa morrer dentro de nós.

Evangelho:  Mateus 27,11-54 (fórmula breve)
Associemos a narrativa da paixão e morte de Jesus à quatro momentos: 1) a inveja; 2) a omissão; 3) a zombaria e 4) o medo

Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja (Mateus 27,18): 
Eis um sentimento que continua matando muita gente, numa sociedade consumista e individualista. O importante são as minhas coisas estarem protegidas. A inveja que também pode levar-nos a insensibilidade às necessidades do outro, quero ter o que o outro tem, de posse, de bens, mas não das suas dificuldades. Não se ouviu de um invejoso: “queria sofrer como aquela pessoa sofre”. 

Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso! (Mateus 27,24)

Diante do apelo das autoridades, dos profissionais da saúde, existe ainda muita omissão, com o não querer ficar em casa. Estamos dando força ao mal, ao perigo. Não nos sintamos omissos.

Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar. (Mateus 27, 31)

Hoje ter uma fé e manifestá-la publicamente tornou-se um grande martírio, somos causa de piadas, de zombaria e de tantas outras situações. Assim o fizeram com o Cristo e assim continuam fazendo com todos que desejam ter uma religião, uma fé, ir à Igreja. 

O oficial e os soldados estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: Ele era mesmo Filho de Deus! (Mateus 27, 54)

Aqueles soldados fizeram uma profissão de fé: Ele era mesmo o Filho de Deus. Mas esta profissão não foi motivada pelo que conheceram e vivenciaram com Jesus, mas foi causada pelo medo. Na sociedade que nega Deus, a Fé, a Igreja, o Cristo, tantos, diante desta Pandemia, estão professando a partir do medo, que de fato, Ele era mesmo Filho de Deus. 
Aprendamos que não deve ser o medo, a nossa motivação para dizer e testemunhar que Ele era mesmo, o Filho de Deus, mas o amor sem fim, que Ele ensinou ao morrer na Cruz. 


Padre Kleber Rodrigues da Silva
Pároco

 
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