Evangelho – João 14,27-31ª
“A minha paz vos dou”.
É significativo ver o discurso de despedida de Jesus que assume um tom não de tristeza, mas de confiança, de realização de uma promessa: “Eu não vos deixarei órfãos”.
Jesus cuida do interior dos seus discípulos, pois, muito consciente da humanidade de cada um, sabe das inseguranças e também de toda confiança que haviam depositado em sua pessoa, como presença física, que permaneceria no meio deles.
Precisam então acolher um discurso de despedida, como que aquele porto seguro passasse a não existir mais de um dia para o outro e aprender que no amor ficariam felizes porque Ele vai para o Pai. Penso que muitos de nós já ouviram um ditado que diz: “quem ama, deixa partir”. A despedida de Jesus educa-nos para o desprendimento e de que não temos “posse” de Deus, mas é o basicamente o contrário, somos Dele.
Lidar com as despedidas é algo exigente, pode nos fazer sofrer, esvaziar, confundir, chorar. Pensemos, por exemplo, como nos sentimos diante da morte de nossos entes queridos. Imaginemos a dor dos familiares das vítimas do covid-19, que não podem despedir-se dignamente.
Em Cristo, temos a lição do amor, da paz, da quietude. Desenvolvendo e amadurecendo nossa fé, deixamos nossa consciência preencher-se de suas palavras.
Superemos o medo diariamente, em cada momento em que nos colocarmos em oração, aprofundamos nossas raízes em Jesus Cristo.
Concluo com a oração da liturgia da missa de hoje: “Ó Deus, que pela ressurreição do Cristo nos renovais para a vida eterna, dai ao vosso povo constância na fé e na esperança, para que jamais duvide das vossas promessas”.
Padre Kleber Rodrigues da Silva
Pároco