Evangelho – João 3,7b-15
“O vento sopra onde quer e tu podes ouvir seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai”.
O encontro entre Jesus e Nicodemos se prolonga. O mestre tenta explicar o sentido do nascer de novo, do alto e seguir uma vida nova.
Na imagem do vento que sopra onde quer, Jesus demonstra o sentido da liberdade que se adquire ao encontrar-se com a verdade. Devemos lembrar dos diversos conflitos que Ele mesmo teve com as autoridades em decorrência do legalismo, das questões do sábado e tantos outros temas.
Nicodemos representa uma postura, uma concepção, um posicionamento e parece querer ficar em cima do muro, pendendo para o Judaísmo e querendo celebrar sua admiração por Jesus. Assumir um posicionamento é algo que a Ressurreição ensina e nos convida a ter: cremos na vida que vem do Senhor.
Estamos aprendendo e nos esforçando para enxergar os sinais da ressurreição na vida pessoal, familiar, profissional, social e comunitária, e hoje, a percepção da ação do Espírito que age independentemente de uma vontade humana, mas que atinge a nossa consciência, de modo que nosso caminhar não esteja voltado apenas para uma realização terrena, material, mas que tenham também um caminho transcendental, das coisas do alto, do divino, do eterno.
Nascer de novo, deixar-se conduzir pelo Espírito Santo, é uma “gestação diária”, que implica disciplina, avaliações, resignificar muita coisa, ajustar posturas, organizar pensamentos e tudo isso não é fácil, por isso, temos a fé.
Nascer do alto é querer enxergar a si mesmo e os outros de uma forma diferente, com os olhos da fé, do amor, da misericórdia. Não falo de um narcisismo, mas de uma consciência filial. Liste suas virtudes e as coloque na balança diante dos limites, de modo que haja uma percepção do que tem pesado mais. Há um ditado que se diz: “que o lobo que vence dentro de nós, é aquele que ao qual nós mais alimentamos”.
Alimente as coisas do alto, do Espírito, da fé e da ressurreição.
Padre Kleber Rodrigues da Silva
Pároco.
