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Evangelho: João 12,1-11
"Deixa-a; ela faz isso em vista do dia de minha sepultura"
Os relatos bíblicos apontam-nos o caminho de Jerusalém, mas também indicam que Jesus retorna a algumas regiões por onde Ele já havia passado e realizado sinais, para com este povo subir ao templo para participar da festa da Páscoa e consequentemente de tudo aquilo que lhe está reservado.
Numa dessas passagens, Jesus retorna a casa dos amigos, Marta, Maria e Lázaro, o qual havia ressuscitado. Alguns sinais se manifestam nesta ocasião: a unção que Maria lhe oferece, o interesse de Judas e o interesse das autoridades em matar Lázaro.
A Unção: algo tão precioso desde o antigo testamento. Usada para a eleição dos reis, para manifestar a presença de Deus; colocada nos corpos e em tantas outras situações. A unção dos pés, remete-nos ao “grande peregrino do amor e da misericórdia”, que caminha com a sua realeza marcada pela humildade e simplicidade.
Penso na unção que recebemos, no batismo, na crisma, no sacramento da ordem, na unção dos enfermos. Momentos em que experimentamos este gesto de amor, carinho e cuidado. A profundidade da unção vai além da “exterioridade do óleo”, mas se revela na absorção do mesmo no nosso corpo e na nossa alma. Sentir-se revigorado, fortalecido, renovado, capacitado e esperançoso em cada unção que recebemos.
O olhar de Judas: o olhar interesseiro, financeiro, distorcido. Perguntava-me, porque o autor bíblico fez questão de dizer que Judas era um ladrão. Penso que queira demonstrar a oportunidade de mudança de vida que ele teria ao seguir Jesus, oportunidade desperdiçada, nos dirá a história mais à frente. Não percamos as oportunidades que Deus nos oferece para mudar e para sermos discípulos e discípulas.
O desejo das autoridades de matar Lázaro: a decisão das autoridades é construída a partir do “sinal da sua ressurreição”, que se tornou um testemunho para a adesão à Jesus Cristo. Neste mundo, podemos ser “sinais da ressurreição”. A mudança começa a ser mais exigente e mais consciente depois de alguns dias em confinamento social. Começamos a enxergar aquilo que nos pesa e aquilo que Deus nos concede como dons, virtudes e meios para sermos instrumentos do Ressuscitado, mesmo que tal gesto desperte em outros um sentimento que possa nos levar ao martírio. Sejamos fiéis ao compromisso, de ungidos, trabalharmos por uma sociedade, uma família, uma igreja, mais próxima do ideal de Deus.
Padre Kleber Rodrigues da Silva
Pároco