HISTÓRIA
Em 7 de junho de 1908 o Papa Pio X, publicou a Bula “Diocesium Nimiam Amplitudinem”, dando uma nova constituição a Província Eclesiástica em São Paulo criando a Arquidiocese de São Paulo e cinco novas dioceses: Taubaté, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto e São Carlos do Pinhal.
Em janeiro de 1908, o taubateano D. Duarte Leopoldo e Silva, Bispo da Diocese de São Paulo fez uma viagem a Roma, e a expectativa era que essa viagem prendia-se à criação de uma nova Província Eclesiástica, desdobrando em seis a vastíssima Diocese de São Paulo. A confirmação desse ato se deu em março de 1908: elevação da Diocese de São Paulo a arquidiocese e a criação das dioceses de Taubaté, Campinas, Ribeirão Preto, Botucatu e São Carlos do Pinhal. Na mesma ocasião foi anunciado que o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, embora estivesse dentro do espaço geográfico da nova Diocese de Taubaté, pertenceria à arquidiocese de São Paulo.
Para a constituição do patrimônio das novas dioceses foram organizadas comissões de arrecadação e contou-se também com contribuições espontâneas. Na Diocese de Taubaté, as preciosas contribuições dos Monsenhores Miguel Martins da Silva e Antônio Nascimento Castro constituiu a quase totalidade do patrimônio da recém criada diocese. Mons. Miguel Martins da Silva despojou-se inteiramente de sua fortuna em prol da Diocese de Taubaté, doando todo patrimônio que possuía em São Paulo e Mons. Antônio Nascimento Castro, antevendo a necessidade de uma sede episcopal, adquiriu junto à Igreja Nossa Senhora do Rosário, o palacete que pertencera à família do Barão do Pouso Frio, doando-o inteiramente à diocese.
Enquanto se esperava o nome do Bispo de Taubaté, Dom Duarte como Administrador Apostólico nomeou em 4 de novembro de 1908, o Monsenhor Antônio Nascimento Castro, até aquele momento Vigário Episcopal de Taubaté, para exercer a função de Governador do Bispado com a incumbência de organizar a Cúria Episcopal. Para tanto lhe foi concedida todas as faculdades de direito para administrar, reger e governar em seu nome, a nova Diocese.
A organização e instituição da nova Diocese de Taubaté finalmente foi concluída e a 29 de abril de 1909, o Papa Pio X nomeou o Cônego Epaminondas Nunes de Ávila e Silva como Bispo Diocesano de Taubaté.
Os limites traçados para a Diocese de São Francisco das Chagas de Taubaté atingiam até o litoral paulista, compreendia todas as cidades do Vale do Paraíba Paulista, o lado paulista da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar e do Litoral Norte. A ela estavam ligadas as seguintes paróquias: Areias, Bairro Alto (Bairro de Natividade), Bananal, Buquira (Monteiro Lobato), Caçapava, Cachoeira, Campos Novos de Cunha, Embahú (Cruzeiro), Cunha, Guaratinguetá (igreja Santo Antônio), Guaratinguetá (igreja Coração de Maria), Igaratá, Jacareí, Jambeiro, Lagoinha, Lorena, Natividade, Paraibuna, Pindamonhangaba, Pinheiros (hoje bairro de Queluz), Piquete, Queluz, Redenção, Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São Francisco Xavier, São José do Barreiro, São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, Silveiras, Taubaté, Tremembé. Posteriormente, a Diocese de Taubaté passou a ter novas paróquias: Caraguatatuba, Ubatuba, Vila Bela (Ilha Bela), Quiririm, Campos do Jordão, Roseira e Jatahy (Santa Cabeça, hoje Bairro de Cachoeira Paulista).
Dom Epaminondas Nunes de Ávila e Silva (1908 – 1935), 1º Bispo da Diocese
Dom Epaminondas Nunes de Ávila e Silva nasceu na cidade de Serro Frio-MG, em 4 de julho de 1869, filho do Major Francisco D’Ávila e Silva e D. Maria Cândida Nunes D’Ávila.
Com a prematura morte do marido, D. Maria Cândida ficou com sete filhos menores e várias dívidas. Lutando pelo sustento dos filhos, colocou-os em oficinas e escolas. Mas Epaminondas e seu irmão Alcebíades sentiam-se inclinados à vocação sacerdotal, como seus irmãos Manoel e Aristides.
Em fins de 1882 D. Maria Cândida conseguiu através do Bispo D. Antônio dos Santos, o ingresso dos dois filhos no Seminário de Diamantina. Para sustentá-los e a toda família fabricou velas, e fez serviços domésticos em casas de família.
E finalmente em 17 de julho de 1892, na capela do Seminário de Diamantina, a Basílica Menor do Sagrado Coração de Jesus, o diácono Epaminondas recebeu a ordem do presbiterado.
Como sacerdote foi primeiramente coadjutor do vigário e depois vigário da Paróquia do Serro Frio, MG. (1892-1908. Em 1908 foi nomeado Cônego honorário da Catedral de Diamantina e na seqüência, consultor episcopal, Examinador Sinodal e Vigário Forâneo da Câmara Eclesiástica do Bom Conselho.
Em 29 de abril de 1909, o Papa Pio X nomeou-o primeiro Bispo de Taubaté. Sua posse ocorreu dia 21 de novembro de 1909, na Catedral de Taubaté.
Dom Epaminondas, ao tomar assumir a nova e extensa Diocese, tinha a grande missão de estruturá-la.
Desde o início percebeu-se no novo Bispo um grande senso de responsabilidade e organização. Realizou uma série de obras que contribuíram para a consolidação da neo Diocese: criou Assistência Vicentina, a Associação das Damas da Caridade, a Congregação Mariana, a Congregação Diocesana das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada e instituiu as Conferências Vicentinas. Porém dentre suas obras, ressaltam-se a construção da Igreja da Beata Teresinha, cuja devoção já era muito propagada na região; o Seminário Diocesano e o Jornal O Lábaro, legados que permanecem até nossos dias. Para tentar sanar os problemas do seminário, Dom Epaminondas também fundou a Associação de São José Pró-Vocações Sacerdotais, cujo objetivo era arregimentar o auxílio das irmandades e demais associações da paróquia à obra das vocações. Apesar das dificuldades econômicas, Dom Epaminondas ordenou quase 80 sacerdotes e o clero de Taubaté granjeou um prestigio que ultrapassava as fronteiras da Diocese.
Dom Epaminondas desde sua infância teve problemas de saúde e o seu governo na Diocese de Taubaté foi marcado por uma grande debilidade física.Em 10 de maio de 1935, com o agravamento de sua doença, D. Epaminondas foi encaminhado para o Rio de Janeiro para tratamento de saúde onde faleceu em 29 de junho de 1935. Foi sepultado na Catedral de São Francisco das Chagas, onde permaneceu até 1940, quando foi trasladado para o Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco de Taubaté, e depositados no mausoléu dos padres na capela de Nossa Senhora da Piedade.
Dom André Arcoverde Albuquerque Cavalcanti (1936-1941), 2º Bispo da Diocese
A pós o sepultamento de Dom Epaminondas, consultores reunidos em sessão extraordinária, elegeram como Vigário Capitular da Diocese de Taubaté o Mons. Antônio Nascimento Castro, ex-vigário Geral do Bispado e Vigário colado de Taubaté, para administrar a Diocese, até a designação de um novo Bispo. Aos 8 de agosto de 1936, a Santa Sé se dignou transferir para a Diocese de Taubaté, o Bispo de Valença, Rio de Janeiro, Dom André Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti.
Dom André Arcoverde nasceu na Fazenda do Fundão em Rio Branco, freguesia de Pesqueira, Estado de Pernambuco, a 15 de dezembro de 1878. Fez os seus estudos no Seminário de São Paulo, de cuja Diocese era Bispo o seu tio, Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (1894-1897). Em 1896, foi enviado para o Colégio Pio Latino Americano, recebendo ali a Ordem do Presbiterado em 28 de outubro de 1904.
Percorreu depois vários países da Europa, onde fez grande aprendizado sobre obras sociais católicas, das quais foi no Rio de Janeiro, o maior propagador. Regressando ao Brasil, em 1906, veio para São Paulo, sendo Coadjutor da Paróquia de Santa Cecília durante um ano. De volta ao Rio de Janeiro, foi nomeado Coadjutor e depois Vigário da paróquia de São João Batista da Lagoa. Foi também: síndico do Patrimônio do Seminário de São José e das Fábricas das Paróquias do Rio de Janeiro; presidente da Comissão das Obras da Catedral Metropolitana; tesoureiro da Comissão do Monumento do Cristo Redentor; diretor das Comissões de Vocações Sacerdotais da Santificação das Famílias, Fé e Moral, do Pontifício Colégio Pio Brasileiro; presidente da Comissão de Música Sacra; Cônego Catedralício da Catedral Metropolitana e Prelado Doméstico de Sua Santidade o Papa Pio XI em 1921.
Em 1° de maio de 1925, foi eleito primeiro Bispo da Diocese de Marquês de Valença frente da qual esteve mais de dez anos tendo prestado notáveis os serviços. Em 1936, recebeu da Santa Sé a notícia de sua transferência para a Diocese de Taubaté.
Dom André Arcoverde assumiu a nova diocese em 24 de outubro do mesmo ano.
Assumindo a Diocese, Dom André continuou com as obras de Dom Epaminondas, principalmente quanto à manutenção do Seminário Diocesano e do jornal O Lábaro, estimulou obras religiosas e sociais. Bastante ativo Dom André Arcoverde imprimiu um ritmo bastante ágil e participativo na vida diocesana, atuando em todas as solenidades das paróquias, celebrando, pregando e confessando.
Foi decisiva sua atuação na criação da Diocese de Lorena em 31 de julho de 1937 pelo então Papa Pio XII, que promulgou a Bula “Ad Chistianae plebis regimen” e nomeou Bispo desta diocese, o Cônego Francisco Borja do Amaral.
D. André, também deu início à reconstrução da Catedral de Taubaté (1940), fundou e presidiu Centros do Apostolado do Sagrado Coração de Jesus em capelas rurais e incentivou a formação de catequistas através de centros de catecismo.
Por volta de 1941, Dom André, começou a ter problemas de saúde, que interferiram em seu trabalho pastoral. Em 13 maio de 1941, Dom André requereu sua renúncia, junto à Santa Sé, retirando-se, para a cidade do Rio de Janeiro, onde aguardou a solução de seu pedido. Em novembro do mesmo ano o Papa Pio XII aceitou sua renuncia. Em Taubaté, a 18 de novembro o Conselho Diocesano iniciou os trabalhos para a eleição de um Vigário Capitular, o qual governaria a Diocese de Taubaté até a nomeação de um novo bispo.
Quanto a Dom André, após sua recuperação, voltou a prestar serviços à Igreja e foi durante sete anos Diretor da Congregação de Santa Isabel e Capelão do Convento d’Ajuda, no Rio de Janeiro. Porém com o agravamento do seu estado de saúde, se recolheu ao Asilo Isabel, onde faleceu no dia 19 de junho de 1955. Foi sepultado na Catedral de Marquês de Valença.
Monsenhor João José de Azevedo, Vigário Capitular da Diocese de Taubaté (1941-1944)
Com a renúncia de Dom André Arcoverde, o Cabido Diocesano reunido em 19 de novembro de 1941 elegeu o Mons. João José de Azevedo, vigário de Pindamonhangaba, para Vigário Capitular. Coube a ele governar a Diocese de Taubaté até a nomeação do novo bispo.
Monsenhor João José de Azevedo muito se esforçou para estar à altura da missão que lhe foi confiada.
Deu atenção especial ao Seminário Diocesano, incentivando a obra das vocações. Organizou e dinamizou o Congresso Eucarístico Diocesano de 1942. Promoveu ainda a fundação de casas religiosas de caridade e instrução. Em 12 de outubro de 1944 quando foi divulgada a nomeação de Dom Francisco Borja do Amaral, então Bispo de Lorena, como terceiro Bispo de Taubaté, Mons. Azevedo encerrou três anos de uma gestão zelosa e apostólica a frente de uma Diocese organizada espiritual e financeiramente.
Dom Francisco Borja do Amaral (1944-1976), 3º Bispo da Diocese
Dom Francisco nasceu em Campinas, São Paulo, em 10 de outubro de 1898, filho de Manuel Pereira do Amaral e Escolástica Rodovalho Toledo do Amaral.
Iniciou sua vida religiosa em 1910 no Seminário Menor de Pirapora, SP, onde fez seu curso de Humanidades. Em 1916 foi para São Paulo, ingressando no Seminário Provincial de São Paulo onde fez filosofia e teologia. Foi ordenado Presbítero em 15 de agosto de 1922 e celebrou a sua Primeira Missa na matriz velha de Campinas.
Como presbítero, ocupou a coadjutoria de Itapira e Mogi Mirim, foi diretor espiritual do Seminário Diocesano de Campinas (1924-1926), Vigário da Paróquia de Bom Jesus, em Piracicaba, SP.(1926-1932), Vigário da Matriz do Carmo, em Campinas (1932-40) e Cônego Catedrático do Cabido de (1933).
Em 21 de dezembro de 1940 o Papa Pio XII o nomeou 1º Bispo de Lorena, SP.
Durante os três anos em que esteve à frente dessa Diocese exerceu um fecundo e edificante apostolado, investindo no apostolado leigo, principalmente através da Ação Católica. Em 3 de outubro de 1944 foi transferido para a Diocese de Taubaté, onde tomou posse em 8 de dezembro de 1944 como seu terceiro Bispo Diocesano.
Dom Francisco conhecia bem a realidade da Diocese de Taubaté, pois como Bispo de Lorena teve atuante participação na Diocese de Taubaté durante o tempo de sede vacante, aqui havia ordenou sacerdotes, sagrou igrejas, presidiu retiros do Clero e outros trabalhos pastorais.
Como Bispo, Dom Francisco concluiu obras da Catedral; organizou Congresso Mariano na Diocese (1947), o Jubileu de Ouro pelos 50 anos da criação da Diocese de Taubaté (1908-1958) ocasião onde foi celebrado o grande Congresso Eucarístico-Mariano (1958), as semanas de estudos da Ação Católica, o Curso de teologia para Leigos São Pio X (1962); criou o Cabido Diocesano (1944), o Conselho Presbiteral, (1968), os decanatos da Diocese de Taubaté, a Casa do Menor, quinze paróquias, o curso para o diaconato permanente (1966), a Pastoral dos Meios de Comunicação Social, o curso de ministros extraordinários da Eucaristia; criou e presidiu a Cáritas Diocesana (1958), o Instituto de Previdência do Clero de Taubaté (1964); convocou o Primeiro Sínodo Diocesano (1954); reformou e renovou o prédio e a capela do Seminário Diocesano; foi elemento decisivo na criação de duas Escolas Normais; instalou um Centro Diocesano de Catequese; deu inicio aos encontros de Juventude em julho de (1969); deu atenção especial para com a obra das vocações e o Seminário Diocesano e foi um dos idealizadores do Monumento do Cristo Redentor de Taubaté (1956)
Durante o seu episcopado, foram nomeados: para Bispo-Auxiliar de Taubaté o Frei Carmelita Dom Gabriel Paulino do Couto 1956 a 1965, quando foi nomeado Bispo de Jundiaí e em 1974, Dom José Antônio do Couto, SCJ, Bispo Coadjutor com direito à sucessão.
Em 5 de maio de 1976, o Papa Paulo VI aceitou o pedido de renúncia do governo da Diocese de Taubaté, apresentado por D. Francisco que havia atingido a idade canônica exigida para a aposentadoria. Em seu lugar assumiu D. José Antônio do Couto.
O terceiro Bispo Diocesano de Taubaté, após o seu afastamento foi morar em sua residência que construíra no Alto do Cristo Redentor. Ali viveu seus últimos anos, sempre exercendo o ministério sacerdotal.
Faleceu na madrugada dia 1° de maio de 1989, com 91 anos de idade. Atendendo a seu expresso desejo através de testamento espiritual que deixou, os seus restos mortais foram levados para Campinas e enterrado ao lado de sua mãe.
Dom Frei Gabriel Paulino Bueno do Couto (1956-1965), Bispo Auxiliar
Dom Frei Gabriel Paulino Bueno do Couto, Bispo Auxiliar de Dom Francisco Borja do Amaral, nasceu em Itu, SP, a 22 de junho de 1910.
Entrou para a Ordem Carmelita, onde tomou hábito em 18 de dezembro de 1927. Fez sua profissão religiosa em 30 de dezembro de 1928, realizando estudos no Oratório do Carmo, em São Paulo, e Filosofia no Convento da Lapa no Rio de Janeiro.
Em 1930 foi mandado para Roma, a fim de completar seus estudos no Colégio Internacional Santo Alberto em Roma. Foi ordenado sacerdote em 9 de julho de 1933. Doutorou-se em teologia e Prior do Convento de Santo Alberto. Nesse período, em plena Segunda Guerra Mundial (1939-1945), esmerou-se no trabalho não deixando faltar alimento a seus confrades do convento em que morava.
Em Roma, onde viveu por 17 anos ocupou vários cargos importantes, entre os quais Prefeito dos Estudos, Prior do Colégio Internacional da Ordem dos Carmelitas e Assistente Geral da mesma ordem. Quando no exercício deste último cargo foi eleito Bispo Auxiliar de Jaboticabal pelo Papa Pio XII em 26 de outubro de 1946, recebendo a sagração episcopal, na própria cidade de Roma aos 15 de dezembro de 1946.
Tomando posse de seu cargo, em Jaboticabal-SP, foi para essa Diocese um destacado evangelizador.
Acometido de tuberculose veio para São José dos Campos -SP buscar a recuperação da saúde. Residindo no Sanatório Vicentina Aranha não abandonou sua missão pastoral cuidando durante muitos anos do alívio espiritual dos doentes. Tendo se recuperado, a Santa Sé em 5 de novembro de 1954 nomeou-o Bispo Auxiliar de Curitiba, cargo que não chegou a exercer por ter sofrido uma recaída da doença.
Em 30 de abril de 1956, atendendo um pedido Dom Francisco Borja do Amaral, o Papa Pio XII nomeou Dom Gabriel como Bispo Auxiliar de Taubaté.
Tomou posse do novo cargo no dia 26 de junho, na capela Sanatório Vicentina Aranha em São José dos Campos. Após estas cerimônias, Dom Francisco nomeou o novo Bispo Auxiliar como Vigário Geral da Diocese.
No exercício da nova missão na Diocese de Taubaté, Dom Gabriel dedicou-se ao desenvolvimento do Seminário Diocesano, do jornal O Lábaro e prestou relevantes serviços à pastoral, muito colaborando com Dom Francisco Borja do Amaral.
Em 27 de março de 1965, Dom Gabriel foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, tendo exercido na ocasião, o cargo de Diretor Espiritual da Universidade Católica de São Paulo.
Porém dois anos depois, em 5 de janeiro de 1967 o Papa Paulo VI o nomeou primeiro Bispo Diocesano de Jundiaí.
Em seu novo episcopado criou novas paróquias, recrutou novos sacerdotes, organizou o patrimônio da diocese, organizou as regiões pastorais com seus conselhos e os cursilhos de cristandade de adultos e jovens.
Faleceu em Jundiaí, a 11 de março de 1982 e foi sepultado na Igreja Catedral de Nossa Senhora do Desterro, de Jundiaí. Morreu com fama de santidade e por isso foi aberto processo de canonização que se encontra em andamento na Congregação para as Causas dos Santos em Roma.
Dom José Antônio do Couto (1974-1981), 4º Bispo da Diocese
Em 5 de junho de 1974, Dom José Antônio do Couto foi nomeado pelo Papa Paulo VI Bispo Coadjutor da Diocese de Taubaté, com a função de ajudar o Bispo Diocesano em todo o governo da diocese e com direito à sucessão.
Dom José Antônio do Couto nasceu em Formiga, MG, no dia 1° de novembro de 1927, filho de Joaquim Antônio do Couto e de Rita da Conceição.
A 28 de janeiro de 1944, ingressou no Seminário Menor de Lavras, MG, pertencente à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, onde ficou até 1946. Completou seus estudos no Seminário Sagrado Coração de Jesus de Corupá e de Brusque, ambos em Santa Catarina. Em 1953 foi enviado a Roma para cursar teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. A 1º de julho de 1956 foi ordenado sacerdote, celebrando sua primeira missa em 2 de julho de 1956, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Licenciou-se em teologia (1957) e teologia moral (1959) pela Academia Afonsiana de Roma, concluindo o doutorado em teologia moral, pela Universidade Urbaniana de Roma (1960).
Voltando para o Brasil no mesmo ano, fixou residência em Taubaté. Como sacerdote exerceu os seguintes cargos: professor de teologia moral e de Direito Canônico, no Instituto Teológico dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos); reitor do Convento (1965-1968); Conselheiro na Província (1966-1974); membro da Comissão de Revisão das constituições da mesma Congregação; delegado da Província Brasileira Meridional, no XVI Capítulo Geral (1973); Vigário Paroquial da recém-criada Paróquia Sagrado Coração de Jesus, diretor do curso de teologia para leigos e do curso de diaconato permanente.
Em 5 de junho de 1974, foi nomeado pelo Papa Paulo VI, Bispo Titular de Carini e Coadjutor de Dom Francisco Borja do Amaral.
Dom Couto foi Sagrado Bispo em 18 de agosto de 1974 na Catedral de Taubaté. Em 4 de maio de 1976, aos 78 anos de idade, Dom Francisco Borja apresentou à Santa Sé seu pedido de renúncia, que foi aceito logo em seguida. Em 5 de maio de 1976, Dom José Antônio do Couto, como Bispo Coadjutor, assumiu a Diocese de Taubaté como o quinto Bispo Diocesano.
Como Bispo teve grande preocupação com a realidade pastoral da Diocese e nesse sentido, deu prosseguimento à estruturação e organização pastoral da Igreja de Taubaté apresentando as Diretrizes e Normas Diocesanas de Pastoral e as Diretrizes e Normas para Pastoral Catequética (1978). Durante seu pastoreio realizou as Assembléias Diocesanas da Pastoral da Juventude e elaborou o I e II Plano Anual de Pastoral da Juventude (1977-1978 e 1978-1979) e as Semanas das Famílias (1976 A 1978).
Mesmo após ter sofrido um derrame cerebral, Dom Couto batalhou ativamente para a ereção da Diocese de São José dos Campos através da nomeação da Comissão Preparatória da nova Diocese (1979) cujos trabalhos redundaram na criação da nova Diocese em 30 de janeiro de 1981, pelo Papa João Paulo II através da Carta Apostólica “Qui in Beati Petri”.
Em 28 de dezembro de 1979, foi acometido de um AVC hemorrágico do qual teve graves seqüelas, que o levaram a encaminhar à Santa Sé seu pedido de renúncia à função de Bispo Diocesano. Em 7 de agosto de 1981, Dom Carmine Rocco, Núncio Apostólico, comunicou oficialmente a Dom Couto que seu pedido de renúncia havia sido aceito pelo Papa João Paulo II. Para sucedê-lo foi nomeado Dom Antônio Afonso de Miranda, até aquele momento Bispo de Campanha.
A partir de 3 de novembro de 1981, Dom Couto passou a residir no Conventinho dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, na Vila São Geraldo. Depois de 18 anos de enfermidade faleceu no dia 30 de julho de 1997 e foi sepultado no cemitério do Convento do Sagrado Coração de Jesus. Seu episcopado foi marcado por grande solicitude pastoral, pela santidade no desempenho das funções episcopais, pela humildade e simplicidade.
Dom Antônio Afonso de Miranda (1981-1996), 5º Bispo da Diocese
Dom Antônio Afonso de Miranda, 6º Bispo da Diocese de Taubaté, nasceu em Cipotânea, Estado de Minas Gerais, aos 14 de abril de 1920. Filho de José Affonso dos Reis e Maria das Dores Miranda.
Aos 12 anos ingressou no Seminário Apostólico dos Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, em Manhumirim, MG. De dezembro de 1937 a dezembro de 1938 fez o noviciado na sede da Congregação em Manhumirim, onde em 1940 ingressou no curso de filosofia. Em 1942 foi para Seminário do Coração Eucarístico de Jesus, em Belo Horizonte, MG, onde concluiu a teologia em 1945. No mesmo ano, a 1° de novembro, em Belo Horizonte recebeu a Ordenação Presbiteral das mãos de Dom Antônio dos Santos Cabral, Arcebispo de Belo Horizonte. Em seguida ocupou vários cargos: diretor da Escola Apostólica de Manhumirim, do Seminário Menor da sua Congregação, redator e diretor do jornal O Lutador; reiniciador e diretor Seminário São Rafael da cidade de Dores do Indaiá, MG, (1949-1952 e 1961-1971); Vigário e Pároco da Paróquia de Dores do Indaiá (1965 -1971); Superior Geral da Congregação dos Missionários de Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento (1952-1961) e diretor do Colégio Estadual Francisco Campos (1966-1971).
Por esse tempo cursou Direito na Universidade do Espírito Santo em Vitória (1965-1969) e ingressou no curso de filosofia na Faculdade Salesiana de São João Del Rei, MG, onde se licenciou em 1971.
Em 8 de novembro de 1971, o Padre Antônio Afonso de Miranda foi nomeado pelo Papa Paulo VI, Bispo Diocesano de Lorena, onde exerceu um fecundo episcopado. Foi também membro da Comissão representativa do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); membro do Conselho Administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1972-1977) e Delegado brasileiro na Conferência Latino-americana de Puebla, México, (1979).
No ano de 1976, D. Antônio resolveu colocar em prática o documento Evangelii Nuntiandi: Evangelização do Mundo Contemporâneo, publicado em 21 de dezembro de 1975 pelo Papa Paulo VI. Para tanto determinou que o Padre Jonas Abib levasse a cabo essa missão. Em resposta Pe. Jonas organizou um curso aprofundado de catequese direcionado aos jovens, que acabaria por inspirar o surgimento do Sistema Canção Nova de Comunicação.
Em 1977, D. Antônio foi nomeado Coadjutor com direito à sucessão e Administrador Apostólico da Diocese Mineira de Campanha. Ali permaneceu por quatro anos e meio, tendo o Papa João Paulo II, em setembro de 1981 efetuado sua transferência para a Diocese de Taubaté, onde tomou posse em 20 de outubro de 1981.
Na nova diocese Dom Antônio Afonso, num primeiro momento, deu continuidade ao Plano de Pastoral elaborado por seu antecessor D. Couto e seus colaboradores. Por sua determinação em 1984, foi elaborado I Plano de Pastoral da Diocese de Taubaté para 1985 e 1986; inaugurado o Secretariado e a Coordenação Diocesana de Pastoral e a Primeira Assembléia Diocesana da Diocese de Taubaté. Foram criadas equipes de coordenação Diocesana, de coordenações regionais e de coordenações paroquiais, a Escola de Catequese “Mater Ecclesiae” para a formação de catequistas. Também com ajuda do clero, Dom Antônio pregou Missões Populares em diversas paróquias e comunidades da Diocese de Taubaté, fez visitas pastorais nas paróquias, incentivou a Pastoral Vocacional tornando-a prioridade. Criou o curso de Teologia para Leigos de nível universitário, no Instituto Teológico Sagrado Coração de Jesus (1980-1985), a Escola da Fé, para atuar nas Escolas Diocesanas de Formação de Pastoral Catequética e a Escola Diaconal Santo Antônio (1992) que visava à formação de Diáconos Permanentes nos moldes das exigências do Código de Direito Canônico e das Diretrizes para o Diaconato Permanente determinadas pela CNBB.
Em 1996, como prescreve Código de Direito Canônico tendo completado setenta e cinco anos de idade Dom Antônio Afonso apresentou sua renúncia a qual foi aceita pelo Papa João Paulo II, em 22 de maio de 1996. Nessa mesma data foi nomeado como seu sucessor o Pe. Carmo João Rhoden.
Dom Antônio continuou no governo da Diocese de Taubaté como Administrador Apostólico, até a posse de Dom Carmo João Rhoden, em 17 de agosto de 1996.
Ao se tornar Bispo emérito Dom Antônio Afonso de Miranda resolveu permanecer em Taubaté, em virtude das muitas amizades que aqui fez e do relacionamento fraterno que sempre teve com o clero, com as Congregações religiosas, e também atendendo à solicitação do Exmo. Sr. Dom Carmo, que, fraternalmente, pediu que ele continuasse em sua companhia. Desse modo, o Bispo Emérito continua até a presente data prestando serviços próprios de seu ministério sacerdotal e episcopal na Diocese de Taubaté.
Muito ativo Dom Antônio é também jornalista, autor de muitos livros e artigos, incluindo alguns de caráter polêmico anterior ao Concílio Vaticano II, membro da Academia Taubateana de Letras, da Academia Marial de Aparecida, Sócio correspondente da Academia de Artes e Letras “Mater Salvatoris” da Bahia, apreciado conferencista e grande orador sacro.